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Panamá encerra parceria com a China na nova Rota da Seda
O que isso significa para o Setor Portuário?
06/02/2025 18h41 Atualizada há 2 meses
Por: Luiz C Oliveira | Redação @jornalportuario Fonte: Atualizado em 06/06/2024
Divulgação

Em um movimento que promete reconfigurar as relações geopolíticas na América Latina, o Panamá anunciou nesta quinta-feira (6) o cancelamento do acordo com a China no marco da Nova Rota da Seda (BRI).

A decisão ocorre apenas quatro dias após a visita do secretário de Estado adjunto dos EUA, Marco Rubio, ao país, levantando debates sobre pressões externas e o futuro de projetos estratégicos no Canal do Panamá.

A Decisão do Panamá e suas Repercussões Imediatas

O presidente José Raúl Mulino foi enfático ao declarar que a embaixada panamenha em Pequim já formalizou o rompimento, exigindo 90 dias para efetivar o processo. Apesar do timing sugestivo, Mulino negou ligação direta com a visita de Rubio: "Essa foi uma decisão minha. Não sei quais benefícios reais a iniciativa trouxe ao nosso país".

Especialistas apontam que o gesto reflete tensões crescentes entre EUA e China pelo controle de rotas logísticas críticas. O Panamá, dono do canal que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, é peça-chave nesse tabuleiro geopolítico. Com o cancelamento, projetos de infraestrutura financiados pela China, como modernizações portuárias e expansões energéticas, podem ser revistos ou suspensos.

O Ambicioso Projeto Chinês que Enfrenta Obstáculos

Lançada em 2013, a Iniciativa Belt and Road (BRI) é o carro-chefe da China para ampliar sua influência global. Com investimentos estimados em até US$ 1 trilhão, o programa já incluiu a construção de portos, ferrovias e gasodutos em 147 países. Na América Latina, Argentina e Panamá haviam aderido ao projeto, enquanto o Brasil optou por acordos bilaterais alternativos em 2024.

A saída do Panamá, porém, expõe fragilidades. "É um sinal de que a dependência de financiamento chinês gera desconfiança, especialmente sob pressão de Washington", analisa Carlos Mendez, consultor em logística internacional. O setor portuário, que dependia de recursos da BRI para ampliar capacidades, agora enfrenta incertezas.

Os Riscos e Oportunidades para a América Latina

O rompimento abre espaço para novos players. Os EUA, por exemplo, já sinalizaram interesse em reforçar parcerias na região, com foco em infraestrutura "sustentável e transparente". Para o Panamá, a prioridade será equilibrar relações sem alienar parceiros comerciais — a China é o segundo maior usuário do Canal, responsável por 21% do movimento de cargas.

Para o setor logístico, a lição é clara: projetos de larga escala exigem não apenas financiamento, mas alinhamento estratégico de longo prazo. Enquanto países como Argentina mantêm adesão à BRI, o Brasil reforça que acordos pontuais podem oferecer mais flexibilidade.

Por que Isso Importa para Você?

O cancelamento do acordo não é apenas uma notícia geopolítica — é um alerta para empresas do setor portuário e logístico. Reavaliações de rotas, atrasos em obras e mudanças em fluxos comerciais podem impactar custos e prazos. Fique de olho: a próxima jogada da China na região definirá novos rumos para a conectividade global.

 

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