O Terminal de contêineres (Tecon Salvador) do Porto de Salvador recebeu nesta quarta-feira (24), o navio MSC Orion, com 366 metros de comprimento e calado (profundidade) de 16 metros, com capacidade para transportar 15 mil contêineres. É o primeiro navio desta classe a navegar as águas da Baía de Todos-os-Santos.
O supernavio chegou ao terminal baiano, unidade de negócio da maior operadora de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, a Wilson Sons, inaugurando a rota regular da Bahia para a Ásia, e demandou a movimentação de 800 contêineres.
A operação realizada faz parte da rota direta com a Ásia, serviço iniciado este mês e que terá saídas semanais, fortalecendo a relação não apenas com a China, mas também com os mercados de todo o Extremo Oriente.
“A primeira escala de um navio de 366 metros na Bahia é motivo de celebração para a MSC. A operação do MSC Orion demonstra e reitera o nosso compromisso em ofertar capacidade de transporte para impulsionar o crescimento do comércio exterior brasileiro", afirma a MSC.
A nova rota marítima permitirá que o Norte e o Nordeste do País se conectem de forma mais eficiente com estas regiões e permitirá que o Centro-Oeste e Sudeste encontrem alternativas aos gargalos logísticos inerentes à cadeia de suprimentos atual. Entre os principais segmentos da exportação que poderão se beneficiar desta linha direta, estão o algodão baiano, carne, frutas, celulose, químicos e petroquímicos. Nas importações, os segmentos de energia renovável, químicos e petroquímicos, automotivo, fertilizantes, eletroeletrônicos também serão mais competitivos.
“Estamos muito orgulhosos em oferecer ao mercado nacional um serviço que fornece escalas diretas entre a Ásia e o Nordeste brasileiro. Este lançamento reitera nosso compromisso em oferecer capacidade de transporte que irá impulsionar o crescimento do comércio exterior brasileiro e fortalece a nossa convicção no grande potencial que a Região Nordeste já possui”, destaca a MSC Mediterranean Shipping do Brasil.
"O evento de hoje é emblemático no restabelecimento de uma rota regular entre a Bahia e a Ásia. É simbólico no sentido de recebermos o maior navio porta-contêineres em operação no Brasil e marca o início de um evento cotidiano, que se tornou possível graças à competência técnica e comercial do Tecon e à ação coordenada entre a Autoridade Marítima e a Autoridade Portuária”, pontua o presidente da Autoridade Portuária Federal na Bahia - Codeba, Antonio Gobbo.
“O reestabelecimento dessa rota, em condições competitivas, consolida a posição da Bahia, do TECON e do Porto de Salvador como o hub logístico internacional. A atracação de embarcações dessa classe é resultado também do total apoio do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor), com investimentos em infraestrutura, dragagens e requalificação física e tecnológica”, completa Gobbo.
O Porto de Salvador foi o segundo do Brasil a receber a autorização da Capitania dos Portos da Bahia para operar navios de até 366m, ainda em 2018, se antecipando às mudanças que as principais rotas mundiais já apresentavam e que logo chegariam ao País, demandando maior eficiência operacional dos terminais brasileiros. “Este ano, o Banco Mundial e a S&P Global Market Intelligence mostraram o Tecon Salvador como o 6º melhor terminal de contêineres do mundo, na categoria até 500 mil TEUs, como resultado de uma pesquisa feita com os donos dos navios sobre eficiência no atendimento. Somado a este importante reconhecimento, entramos na rota dos maiores navios do mundo, o que evidencia a posição de destaque que Salvador vem conquistando e que favorece uma extensa cadeia de produtores, indústrias de variados segmentos, dentro e fora da Bahia”, analisa Demir Lourenço, diretor-executivo do Tecon Salvador.
Os investimentos empregados pela Wilson Sons no terminal, iniciados no ano 2000, já ultrapassam R$ 1 bilhão, culminando na recente duplicação de cais, aumento da profundidade do calado para 16 metros, ampliação de retroárea para armazenamento das cargas, adoção de novas tecnologias, aquisição de maquinários elétricos equivalentes aos utilizados nos portos mais modernos no mundo e em treinamento de equipes operacionais. “Diante das mudanças do mercado, com o trânsito de uma classe de navios cada vez maiores, tínhamos que estar preparados para garantir a manutenção das rotas e atrair novas, como o que está sendo feito agora com o continente asiático”, reforça Lourenço.