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Incerteza intensifica a competição por terminal no Porto de Santos
O MPor mantém uma postura cautelosa
29/07/2024 13h06
Por: Clipping Diário Fonte: direto da redação
Divulgação

A indefinição sobre o destino da área STS10, localizada no cais do Saboó, próximo ao Parque Valongo, no Porto de Santos, continua a gerar debates acirrados entre as empresas do setor. Enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) ainda não apresenta uma solução definitiva, o impasse está alimentando uma crescente disputa entre os principais operadores portuários.

O MPor mantém uma postura cautelosa, informando que está analisando diversas possibilidades para expandir a capacidade do cais santista, seja através do arrendamento de novas áreas ou pela ampliação de terminais existentes. Recentemente, na cerimônia de inauguração do Parque Valongo, o ministro Silvio Costa Filho mencionou a abertura de um diálogo com a Casa Civil para discutir a “qualificação” da área do STS10 e a “modelagem” para sua utilização. No entanto, após três semanas, ainda não há avanços concretos.

Em uma declaração, o MPor ressaltou que está examinando todas as alternativas para atender às necessidades operacionais do Porto e está ouvindo tanto novos interessados quanto operadores atuais que buscam expandir suas operações. Segundo o ministério, o objetivo é aumentar a capacidade do Porto, melhorar o serviço e satisfazer a crescente demanda.

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A falta de uma decisão rápida tem exacerbado a competição entre as empresas portuárias. Algumas sugestões incluem a transferência do terminal STS10 para a Ilha de Bagres ou Vila dos Criadores, mas essas alternativas são consideradas soluções de longo prazo. Enquanto isso, a área do Saboó poderia ser utilizada para um novo terminal de cruzeiros, além de manter o Ecoporto e expandir as operações da Brasil Terminal Portuário (BTP), que está ao lado.

O engenheiro civil e especialista em Engenharia de Transportes, Luis Claudio Montenegro, alerta para a urgência da situação. Segundo ele, a capacidade atual do Porto de Santos já está sendo superada. Em 2023, o porto movimentou entre 4,2 milhões e 4,8 milhões de TEU, superando a capacidade projetada de 3,4 milhões de TEU. Montenegro observa que a capacidade do STS10 é estimada em 2,4 milhões de TEU, e sem uma expansão, a situação pode piorar rapidamente.

Ele destaca que é fundamental manter uma margem de capacidade ociosa para evitar filas e congestionamentos, que já atingiram até 40 horas no passado. A taxa de ocupação dos berços de contêineres do Porto chegou a 87% no último ano, um indicativo claro da necessidade de investimentos urgentes.

Os operadores de terminais de contêineres divergem quanto à urgência da instalação do STS10. A BTP, que conta com Maersk e MSC como acionistas, considera essencial e urgente a ampliação da capacidade para contêineres em Santos. No entanto, a empresa também enfatiza a necessidade de melhorias nos acessos, dragagem do canal de navegação e investimentos em transporte ferroviário e de cabotagem. De acordo com a BTP, a demanda está crescendo e, sem novas ações, o Porto poderá enfrentar um colapso já em 2026.