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Meu Capacete Rosa
Ações que fazem a diferença e transformam a realidade
08/03/2025 15h02 Atualizada há 1 dia
Por: Colunistas
Imagem gerada por IA

O setor portuário sempre foi visto como um universo onde a força física ditavam as regras do jogo. Mais um ano se passa, e essa mensagem parece ecoar novamente, como se este capítulo já estivesse sendo escrito, ano após ano. Não é mesmo?

O cheiro de sal e óleo diesel paira no ar. No coração dos principais portos, onde guindastes se erguem como gigantes de ferro, uma revolução, bem maior e silenciosa está em curso. Entre capacetes amarelos e brancos, um se destaca: o rosa. E não é por moda ou distinção fútil. É um manifesto.

O capacete rosa não é apenas um acessório. Ele é um símbolo de resistência, um lembrete de que as mulheres estão ocupando espaços que antes lhes eram negados. É uma declaração de que a feminilidade não é sinônimo de fragilidade, mas de força, inteligência e capacidade de adaptação.

Esse capacete carrega mais do que proteção. Ele carrega histórias. É a história da engenheira que ouviu que não conseguiria comandar uma equipe masculina — e hoje lidera uma operação. É a história da operadora de guindaste que duvidaram que tivesse precisão suficiente — e que hoje é uma das mais respeitadas do setor. É a história da jovem aprendiz que, ao vestir um capacete rosa e olhar seu reflexo, soube que nunca mais o tiraria.

Mas nem tudo são flores ou mares calmos. O assédio ainda existe. A desigualdade salarial persiste. A subestimação ainda acontece. E, mesmo assim, elas continuam. Desafiam-se, unem-se, fortalecem-se. Criam redes de apoio, exigem respeito, conquistam espaço. Cada conquista não é apenas delas, mas de todas que vieram antes e das que virão depois.

Talvez você esteja lendo isso e imaginando uma mulher fictícia. Uma história inventada. Mas não. Essas são histórias reais. Mulheres que vestiram o capacete rosa, encararam os desafios e transformaram seu espaço. E agora, é passado esse legado adiante, para que mais mulheres saibam que podem fazer o mesmo.

O capacete rosa é mais do que um objeto; é um chamado para a ação. É um lembrete de que a luta pela igualdade de gênero não acabou e de que cada um de nós tem um papel a desempenhar. Seja apoiando políticas de inclusão, denunciando o assédio ou simplesmente reconhecendo o valor do trabalho dessas mulheres, todos podemos contribuir para um futuro mais justo e igualitário.

Que este 8 de Março seja não apenas uma data de celebração, mas também um momento para reforçar que o capacete rosa continue a ser um símbolo de resistência e de esperança.

Em meio a tudo isso, sempre haverá um capacete rosa escrevendo sua própria história.

Feliz Dia Internacional da Mulher!