O Grupo Chibatão, um dos principais operadores portuários do Amazonas, anunciou a construção de um píer flutuante para complementar suas operações logísticas durante o período de seca nos rios da região, que ocorre entre setembro e dezembro.
A iniciativa visa garantir a movimentação e o abastecimento de cargas e insumos para a indústria e o comércio do estado durante a época de estiagem, quando o nível dos rios baixa significativamente, dificultando a navegação.
"O píer flutuante nos permitirá manter nossas operações mesmo com a redução do calado dos rios. Isso é fundamental para evitar desabastecimento e alta de preços de produtos essenciais para a população", explicou o diretor do Grupo Chibatão, João Silva. Paralelamente, uma expedição realizada no rio Madeira, um dos principais afluentes do Amazonas, está avaliando outras soluções para mitigar os impactos da seca na logística fluvial.
"Estamos mapeando trechos críticos do rio Madeira e estudando alternativas como a dragagem de pontos de estrangulamento e a utilização de balsas de menor calado. O objetivo é garantir o transporte de cargas durante todo o ano", afirmou o coordenador da expedição, Pedro Oliveira.
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A navegação pelos rios da Amazônia desempenhou um papel fundamental na integração e no desenvolvimento da região desde os tempos coloniais. Até hoje, os rios são a principal via de circulação de pessoas e produtos em grande parte da Amazônia.
"Os rios estruturam o padrão de povoamento e a rede urbana amazônica. A navegação fluvial é essencial para a logística regional e para a integração nacional", ressaltou o geógrafo Antônio Nunes, professor da Universidade Federal do Amazonas.
Iniciativas como a do Grupo Chibatão e a expedição no rio Madeira demonstram a importância de se investir em soluções logísticas adaptadas às especificidades da Amazônia, garantindo a fluidez territorial e evitando os impactos socioeconômicos da sazonalidade dos rios na região.