Porto de Santos, 5 de setembro de 2024 – Em uma visita marcada pelo sigilo, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, passaram a manhã e a tarde desta quinta-feira na sede da Autoridade Portuária de Santos (APS). O encontro, que durou mais de sete horas, ocorreu sem a presença da imprensa e foi caracterizado por um forte esquema de segurança.
O objetivo oficial da visita era discutir futuros projetos de infraestrutura e mobilidade no Porto de Santos, o maior porto do Hemisfério Sul. No entanto, a principal pauta do encontro foi o STS10, uma área portuária que está no centro de um debate acirrado sobre a sua formatação para um futuro leilão. O STS10 é uma área controversa, e o Governo Federal enfrenta pressões de grandes operadores de contêineres para tomar uma decisão sobre o terminal.
De acordo com informações apuradas, Rui Costa impôs várias restrições durante a visita, impedindo qualquer contato dos ministros com jornalistas. A Guarda Portuária foi mobilizada para garantir que os ministros não tivessem acesso ao edifício por outros meios que não os oficialmente designados.
A visita ocorre em um momento de alta tensão, especialmente após a mobilização dos sindicatos dos trabalhadores portuários avulsos, que protestaram em frente à sede da APS na sexta-feira passada. Os sindicalistas esperavam que o Governo Federal garantisse a manutenção do cais público e do contrato com a Ecoporto Santos, além da suspensão do leilão do STS10.
Em uma nota oficial, a APS informou que os ministros discutiram uma série de projetos relacionados ao porto, incluindo a expansão da infraestrutura, o aprofundamento do canal, e o projeto do túnel imerso Santos-Guarujá, que está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vinculado ao Ministério da Casa Civil.
A visita de Rui Costa e Silvio Costa Filho é vista como uma tentativa do governo de demonstrar compromisso com o desenvolvimento do Porto de Santos, enquanto ainda lida com a complexidade e as pressões envolvidas na decisão sobre o STS10. O presidente da APS, Anderson Pomini, afirmou que qualquer decisão será discutida com representantes dos trabalhadores e empresários, buscando um consenso no processo.