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As exportações de commodities e o apoio de rebocadores mais potentes e sustentáveis
Recentemente, o Arco Norte se consolidou como concorrente dos portos de Santos
06/09/2024 10h55 Atualizada há 2 meses
Por: Clipping Diário Fonte: Créditos por: Mateus Melo
Créditos: Wilson Sons

Considerado, hoje, um relevante corredor de exportação de commodities do Brasil, o Arco Norte compreende eixos de transporte em vários modais (rodoviário, ferroviário e hidroviário) responsáveis pelo escoamento de cargas e insumos pelos portos acima do paralelo 16ºS, abrangendo terminais das regiões Norte e Nordeste. Entre os portos do Arco Norte, estão Itaqui (MA), Barcarena/Belém (PA), Santarém (PA) e Itacoatiara (AM), importantes rotas de exportação de grãos e entrada de fertilizantes no Brasil. Com vantagens competitivas e custos logísticos reduzidos, esses portos destacam-se pela proximidade da região produtora de commodities, especialmente agrícolas e minerais, com os principais mercados consumidores internacionais, na Europa, Estados Unidos e Ásia.

Recentemente, o Arco Norte se consolidou como concorrente dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os principais do agronegócio. Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ano passado, 33,8% das exportações de soja – cujo maior produtor é Mato Grosso – foram escoados pelos portos do Arco Norte, contra 30% por Santos e 14,1% via Paranaguá.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aponta que, em 2010, a movimentação nos portos do Arco Norte respondia por 23% da produção nacional de soja e milho. Em 2015, a participação havia saltado para 31%, chegando a 50% em 2022. Já em 2023, a movimentação de soja e milho superou a do restante do País, totalizando 100,8 milhões de toneladas, contra 88,5 milhões no ano anterior. Já a movimentação do restante do Brasil (abaixo do paralelo 16ºS) ficou em 100,2 milhões de toneladas. A agência destaca que, hoje, o Brasil é o maior exportador dessas commodities, respondendo por 58% das exportações mundiais de soja e 27% de milho.

Em pouco mais de dez anos, o escoamento de produtos agrícolas por portos da Amazônia e do Nordeste triplicou e já representa quase 40% do volume agrícola comercializado com Europa e Ásia. Além da China, maior comprador de grãos brasileiros, o Arco Norte exporta para Espanha, México, Japão e Países Baixos. A proximidade com o Canal do Panamá e Europa torna o escoamento pelo Norte atrativo. O tempo de espera é outro fator decisivo para a escolha. Em 2023, houve casos, nas exportações de grãos na região sul, em que os navios esperavam cerca de 60 dias para atracar; enquanto nos portos do Arco Norte,  as embarcações aguardavam em média aproximadamente 13 dias, semelhante a Santos.

Com os investimentos federais e da iniciativa privada na região, o resultado foi a redução da distância e do custo do frete. O Arco Norte ainda conta com a possibilidade de realizar operações via transbordo flutuantes, mais baratas do que as estações de transbordo tradicionais, instaladas em terra, sem a necessidade de ocupar um berço/píer.

Outro diferencial dos portos da região é a profundidade dos canais, com o calado permitindo manobras de navios maiores nesses terminais. Um dos destaques é o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), adjacente ao porto de Itaqui. Pertencente à Vale, é o grande portal de saída da produção de minério de ferro do País, de Carajás (PA).

Diante do cenário de expansão das exportações de commodities, a Wilson Sons, maior operador de logística portuária e marítima do mercado brasileiro e líder em rebocagem (com mais de 80 embarcações ao longo da costa brasileira), acompanhou a evolução dos portos do Arco Norte. A companhia conta com  uma frota de 19 rebocadores com propulsão azimutal, na região, com posicionamento estratégico e dimensionada para acompanhar o desenvolvimento dos terminais. Essas embarcações garantem mais segurança e manobrabilidade nas operações de atracação e desatracação de navios. Só no ano passado, foram  mais de 10.700 manobras realizadas na região.

Nos portos de São Luís – Ponta da Madeira, Itaqui e Alumar – são  11 rebocadores azimutais, sendo três da classe 2513, com tecnologia mais sustentável (WS Centaurus, WS Orion e WS Dorado). Construídas nos estaleiros da companhia, no Guarujá (SP), essas três embarcações possuem mais de 90t de bollard pull, sendo pioneiras, no Brasil, no padrão IMO TIER III (Organização Marítima Internacional), que atesta a redução de até 70% dos óxidos de nitrogênio. O padrão é exigido só em áreas de controle de emissões, como em regiões da América do Norte e da Europa. O novo projeto de casco permite reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com diminuição de até 14% no consumo de combustíveis fósseis. Os três rebocadores atendem, principalmente, navios de grande porte usados para exportar e que transportam até 400 mil toneladas de carga. 

A demanda por esses rebocadores potentes vem crescendo nos portos de todo o País, em razão dos navios de grande porte que chegam aos terminais, como o de Ponta da Madeira para movimentação de minério. Já no porto de Itaqui – o principal do Arco Norte e o quarto maior porto público do Brasil (atrás de Santos, Paranaguá e Itaguaí/RJ) – nossas embarcações atuam em operações de navios com cargas, por exemplo, de diesel, milho, soja, fertilizantes, celulose e granéis líquidos, como petróleo e derivados. 

Em busca constante pela inovação, a Wilson Sons, em mais de 186 anos de experiência, se dedica a apoiar o crescimento do comércio global e contribuir com a competitividade e desenvolvimento sustentável do País, trabalhando para otimizar a cadeia logística, essencial à economia, à medida que 90% do fluxo de comércio do País são transportados por vias aquaviárias. Com isso, a companhia gera impacto positivo na sociedade e indústrias, permitindo que o fluxo de comércio internacional aconteça com segurança, sustentabilidade e eficiência operacional.

por: Mateus Melo, engenheiro e gerente regional ES, Norte e Nordeste da Wilson Sons, maior operador de logística portuária e marítima do Brasil.