A Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar) completa neste mês de setembro 35 anos de uma luta incansável em defesa de uma categoria profissional muito importante para o setor portuário e logístico: a dos agentes marítimos. “A Fenamar tem uma história importante no agenciamento marítimo brasileiro”, diz o presidente da entidade, Marcelo Neri em um trecho desta entrevista. “Esse marco de 35 anos reflete o poder da união e da representatividade de classe, e nossa luta por melhores condições para a categoria”.
Para marcar essa trajetória vitoriosa será realizada uma comemoração nesta quarta-feira, dia 11, no Clube Naval, em Brasília (DF). Na ocasião haverá também o lançamento do livro Fenamar – Desafios e Conquistas do Agenciamento Marítimo Brasileiro.
Fundada no dia 7 de setembro de 1989, a federação sempre trabalhou pelo reconhecimento e valorização do agente marítimo. Um dos seus grandes méritos é conseguir dar visibilidade a todo o trabalho da categoria junto ao Governo Federal e aos órgãos anuentes. A entidade possui em seu escopo quatro sindicatos associados, atuando do Amazonas ao Rio Grande do Sul.
“O conceito de entidade de classe é o poder da conectividade. Unir vários profissionais, de várias empresas, representando vários sindicatos em busca de melhorias comuns ao setor transportador de Norte a Sul do país. Trata-se de um esforço que chancela a atuação do agente marítimo”, diz Marcelo Neri, que preside a Fenamar desde agosto de 2019 e também está à frente da empresa Alphamar, com sede em Santos (SP).
Para ele, o agente marítimo tem papel fundamental na cadeia logística de transportes. “Os portos só funcionam porque os agentes marítimos continuaram atuando, garantindo que as operações seguissem normalmente”, afirma o executivo ao se lembrar do período mais crítico da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista, em que Neri fala sobre os desafios da categoria, o futuro da infraestrutura portuária e o legado da Fenamar ao longo dos anos.
A Fenamar completa 35 anos neste mês. Como o senhor vê essa trajetória?
Estamos muito orgulhosos. A Fenamar tem uma história importante no agenciamento marítimo brasileiro, acompanhando 14 sindicatos que representam mais de quinhentas empresas em todo o país. Esse marco de 35 anos reflete o poder da união e da representatividade de classe, e nossa luta por melhores condições para a categoria. Esse conceito de conectividade, de unir empresas e profissionais, é essencial para buscarmos os interesses da categoria em todos os níveis.
Qual a importância do agente marítimo no contexto portuário brasileiro?
O agente marítimo tem um papel fundamental nos portos. Ele é o responsável por todo o trâmite de entrada e saída dos navios, sendo o elo entre as embarcações e as autoridades portuárias. Controlamos os sistemas governamentais, lidamos com todas as exigências legais, e durante a pandemia mostramos nossa essencialidade ao não pararmos de operar. Os portos só funcionam porque os agentes marítimos continuaram atuando, garantindo que as operações seguissem normalmente.
Quais são os maiores desafios enfrentados pela categoria atualmente?
Um dos grandes desafios é a falta de regulamentação específica para os agentes marítimos. Hoje, nossa atuação não é formalmente regulamentada por lei, o que nos coloca em uma área cinzenta. Apesar disso, somos essenciais para a logística portuária e para o comércio exterior. Estamos discutindo internamente se é o momento de buscar essa regulamentação, pois entendemos que ela poderia reforçar a relevância da nossa categoria.
E como o senhor avalia a infraestrutura portuária do Brasil?
O Brasil evoluiu muito desde a modernização dos portos, especialmente em setores como o agronegócio. Hoje, o país está no topo da exportação de grãos, com uma logística de carga a granel bastante eficiente. Porém, ainda estamos atrasados em relação ao transporte de contêineres, e temos grandes desafios nos acessos aos portos, tanto rodoviários quanto ferroviários. Precisamos melhorar a dragagem, a burocracia e os calados dos portos para torná-los mais competitivos internacionalmente.
Há algum aspecto histórico da profissão que lhe agrada mais?
Gosto de lembrar que o agenciamento marítimo é uma das profissões mais antigas da história. Remonta a cerca de 5 mil anos antes de Cristo, quando as primeiras embarcações já contavam com profissionais responsáveis por cuidar das operações nos portos. É fascinante ver como essa função evoluiu e continua essencial até hoje. A Fenamar segue desempenhando seu papel de representar a categoria e garantir que os agentes marítimos sejam reconhecidos como peças fundamentais na cadeia logística nacional.
Esta pauta é material editorial do portal Be News, que forneceu informações valiosas, para essa divulgação.