A Santos Brasil lançou seu plano de transição climática com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2040. O plano estabelece compromissos para reduzir 70% das emissões diretas de gases de efeito estufa (GEE) nos escopos 1 e 2 e 30% das emissões indiretas do escopo 3, relacionadas à cadeia de valor. As emissões que não puderem ser reduzidas diretamente serão compensadas por meio de medidas específicas até o final do período.
Entre as principais iniciativas está a substituição dos guindastes de pátio (RTGs) movidos a diesel por modelos elétricos no Tecon Santos. Essa mudança faz parte do projeto de modernização e ampliação do terminal, iniciado em 2019, que já recebeu R$ 1,2 bilhão em um total previsto de R$ 2,5 bilhões. A atualização evitará a emissão de 713 toneladas de CO₂ por mês, resultando em uma redução de 97% nas emissões dos RTGs no terminal.
Nos próximos sete anos, serão adquiridos 32 guindastes elétricos (e-RTGs) para o Tecon Santos, sendo que oito já estão em fase de compra e oito unidades foram recebidas no final de 2023. Atualmente, 47 RTGs operam no terminal, com 39 movidos a diesel que serão substituídos gradualmente até 2031. A partir de 2024, a operação remota desses guindastes será implementada, proporcionando mais segurança aos operadores, que passarão a trabalhar em um centro de operações em vez de diretamente nas máquinas.
A Santos Brasil também planeja oferecer, até 2031, a tecnologia de shore power no Tecon Santos, permitindo o fornecimento de energia elétrica para navios atracados, o que eliminará a queima de combustível fóssil nas operações portuárias e reduzirá as emissões de escopo 3. Embora ainda não haja demanda para esse serviço, a empresa estará pronta para atender à necessidade do setor.
Essas ações se somam ao programa de descarbonização da Santos Brasil, em desenvolvimento desde 2019, que já resultou em uma redução de 36% na intensidade das emissões, passando de 13,74 kgCO₂/TEU em 2019 para 9,14 kgCO₂/TEU em 2023, considerando os escopos 1 e 2. Em relação à matriz energética, a empresa começou a compensar as emissões de escopo 2 em 2022 por meio de certificados I-REC e planeja a instalação de painéis fotovoltaicos em seus terminais de Vila do Conde (PA) e Santos para geração de energia renovável.
Outro objetivo importante é o gerenciamento de resíduos sólidos com a meta de atingir “aterro zero” em todas as unidades até 2028.
O plano de transição climática foi desenvolvido com base no inventário de GEE de 2022, elaborado com consultoria do Instituto Via Green, que calculou as emissões totais da companhia em 100.185,07 toneladas de CO₂ equivalente, somando os escopos 1, 2 e 3.
O plano foi estruturado em nove pilares principais: transporte e equipamentos mais sustentáveis, energia renovável, eficiência energética, resíduos, eficiência hídrica, financiamento verde e inovação, engajamento e treinamento, parcerias com stakeholders e monitoramento constante. Essas ações seguem recomendações internacionais, contemplando governança, estratégia, metas, métricas e gestão de riscos e oportunidades no contexto da agenda climática.