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Mulheres na logística: ainda é preciso mais
Esse avanço se reflete na porcentagem de mulheres que trabalham no setor
18/06/2024 11h09 Atualizada há 5 meses
Por: Redação Fonte: por: Renata Cavalcanti
Renata Cavalcanti

O setor de transporte e logística no Brasil é composto, em sua maioria, por profissionais do gênero masculino e isso não é novidade. Porém, com o passar dos anos e avanços na busca por mais igualdade, o espaço das mulheres na logística tem ganhado destaque. Ainda bem!

Assim como em outros segmentos da economia, a mulher no setor de transporte vem buscando maior equidade no mercado de trabalho, ou seja, mais oportunidades, mesmas condições salariais e reconhecimento em toda sua trajetória profissional.

Mesmo que ainda distante de um cenário ideal, a participação de mulheres na logística cresceu nos últimos anos, graças à mobilização social sobre esse tema e às mudanças culturais dentro e fora das empresas.

Até pouco tempo atrás, o segmento era associado ao trabalho físico e isso levantava barreiras para o acesso de mulheres em todas as áreas de atuação dentro da logística. Já a partir de meados da década de 90, com uma visão mais estratégica e tática, a logística foi se transformando em uma porta de entrada para que as mulheres pudessem conquistar de vez seu espaço.

Esse avanço se reflete na porcentagem de mulheres que trabalham no setor. Em 2020, houve uma alta de 229% no volume de contratação do sexo feminino em áreas da logística, de acordo com pesquisa divulgada pela plataforma de recrutamento Gupy. Isso indica que a presença das mulheres no mercado de transporte está se consolidando, seja em áreas estratégicas ou operacionais.

Atualmente, as mulheres representam 17% dos trabalhadores no transporte, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que contabiliza quase 2,3 milhões de profissionais no setor em âmbito nacional.

Um ponto relevante que vale ser mencionado é a ainda pequena presença de mulheres em cargos de liderança no Brasil. Em 2023, profissionais do gênero ocupavam 38% das posições de chefia nas empresas de todos os setores.

Portanto, as empresas precisam investir cada vez mais em programas de capacitação, mentoria e desenvolvimento profissional específicos para mulheres. Além disso, é fundamental promover uma cultura organizacional inclusiva e eliminar estereótipos de gênero.

A representatividade feminina na liderança é essencial para a diversidade, inovação e equidade nas organizações. Isso é fundamental para o sucesso das organizações. De acordo com um estudo de 2018 da consultoria McKinsey, a inclusão e a diversidade são fontes de vantagem competitiva nas organizações.

Ou seja, empresas com líderes e equipes diversificadas são mais inovadoras e mais bem preparadas para enfrentar desafios complexos. A diversidade de ideias é fundamental para enfrentar os desafios logísticos.

Aqui na BBM temos uma cultura organizacional inclusiva para eliminar estereótipos de gênero e uma gestão baseada em meritocracia. Atualmente lidero a área comercial de e-commerce com um time composto por 75% de mulheres.

De acordo com um relatório do Gartner, em todo o mundo, as mulheres representaram cerca de 41% da força de trabalho da cadeia de suprimentos em 2021. Desses 41%, cerca de 15% das mulheres estavam nos altos escalões das empresas.

No Brasil, o cenário de mulheres ocupando cargos de liderança ainda tem um longo caminho pela frente. As empresas de transporte precisam aumentar a contratação de mulheres em toda a cadeia logística. A presença feminina deve ser maior e essa representatividade é fundamental para o sucesso do setor. E isso requer:

• Criar Políticas de Diversidade e Inclusão: isso inclui estabelecer metas específicas para aumentar a representação feminina em todos os níveis da organização.
• Promover Lideranças Femininas: identificar e desenvolver mulheres talentosas para cargos de liderança e oferecer a elas oportunidades de capacitação e exposição a desafios estratégicos.
• Programas de Mentoria: estabelecer programas que conectem mulheres a mentores dentro da empresa para auxiliá-las no desenvolvimento profissional e na ascensão na carreira.

Concluindo, a inclusão de mais mulheres na logística e em cargos de liderança é uma necessidade urgente. Elas trazem competências valiosas, promovem a diversidade e contribuem para um ambiente mais justo e inovador.

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Renata Cavalcanti, head de vendas na BBM Logística.