Após mais de 30 anos sob a administração municipal, o Porto de Itajaí passou oficialmente a ser controlado pela Autoridade Portuária de Santos (APS) no início deste ano. A transição, que aconteceu em 2 de janeiro de 2025, aconteceu de forma discreta, sem os habituais eventos públicos ou cerimônias de grande porte, gerando um clima de incerteza sobre os rumos do terminal catarinense.
Esse movimento tem gerado discussões entre a comunidade portuária, trabalhadores e autoridades locais, já que a mudança de gestão, além de significativa, não foi amplamente divulgada nem comunicada de forma clara.
A APS publicou uma carta no site oficial do Porto de Itajaí, na qual afirma assumir a administração do terminal, no entanto, o comunicado não foi amplamente distribuído nem compartilhado com a imprensa catarinense. Este fato, inclusive, remete ao ocorrido com a federalização do Porto de Itajaí, que também foi cercada de falta de comunicação em relação ao público local.
A carta, assinada por cinco diretores do Porto de Santos e com data retroativa de 30 de dezembro, menciona o compromisso da nova administração de retomar a competitividade do Porto de Itajaí, algo que havia sido perdido ao longo dos últimos anos. No entanto, o documento pareceu mais uma formalidade do que uma ação prática de aproximação com os trabalhadores e a população local.
Em sua mensagem, a APS reconhece as contribuições históricas dos trabalhadores e da comunidade itajaiense no crescimento e fortalecimento do Porto de Itajaí, destacando o importante papel desempenhado por todos na construção de um porto público de relevância para a economia local e nacional. A carta também enfatiza as prioridades para a nova administração, que visam devolver ao porto a sua antiga competitividade.
No entanto, o fato de a transição ter acontecido sem grande visibilidade ou discussões abertas deixa no ar questionamentos sobre os reais interesses por trás da mudança. A cidade de Itajaí, que por três décadas teve o controle do seu porto, agora se vê à mercê de uma gestão vinda de fora, o que desperta receios sobre o impacto na economia local e no futuro do terminal.
A transferência de gestão do Porto de Itajaí para o Porto de Santos é uma decisão estratégica do Governo Federal, com o intuito de integrar melhor os terminais portuários brasileiros e otimizar a gestão dos portos do país. No entanto, a ausência de diálogo com a comunidade local e a falta de um plano claro de ação para o futuro imediato do terminal geram um ambiente de desconfiança.
Com seis prioridades iniciais listadas, a APS já se comprometeu a tomar medidas para fortalecer o Porto de Itajaí e recuperar sua posição no mercado. A ampliação das operações, melhorias na infraestrutura e a busca por novos mercados são algumas das ações que poderão transformar o terminal em um ponto de destaque novamente. Contudo, o desafio será superar os obstáculos impostos por uma mudança tão significativa, sem desconsiderar a história e os valores locais.
O futuro do Porto de Itajaí agora depende de como a APS irá lidar com as expectativas da comunidade e, principalmente, de como conseguirá unir esforços com os trabalhadores e empresários locais para retomar a competitividade do porto, que já foi um dos mais promissores do Brasil. A integração e a confiança mútua entre as partes serão cruciais para o sucesso dessa nova etapa.
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