O setor portuário brasileiro tem se mantido, por décadas, como um reduto quase exclusivo dos homens.
Essa frase já se tornou "clichê", nas últimas décadas e de certa forma repetida à exaustão. Mas continua carregada de um simbolismo realista.
Boa leitura!
A verdade é que, mesmo com a presença feminina ainda tímida, as mulheres não só começaram a ocupar mais espaços como têm, efetivamente, mudado o rumo de certa forma da sua trajetória e de um dos setores vital para a economia nacional.
E a pergunta que se impõe é: por quanto tempo mais esse setor será controlado por um único gênero?
O caminho para a igualdade de gênero no setor aquaviário segue longo, mas os sinais de transformação são inegáveis. As mulheres não estão mais apenas nos bastidores; elas estão ganhando terreno, especialmente em áreas até pouco tempo consideradas “inexploráveis”.
O mercado começa a perceber que a diversificação não é um favor ou uma causa social, mas uma exigência estratégica. Mas a questão é: até onde essa mudança será real? E será que o futuro do setor estará preparado para receber as próximas gerações de mulheres dispostas a fazer a diferença?
Embora a presença seja reduzida. Contudo, o que precisamos questionar é: será que isso é suficiente? A transformação real não se dará apenas com o aumento do número de mulheres nas operações ou nas funções administrativas.
O verdadeiro avanço só será possível quando houver igualdade de oportunidades para ascensão profissional, sem as barreiras invisíveis que ainda limitam o crescimento feminino. E se não houver uma mudança de mentalidade por parte da indústria, o setor estará condenado a estagnar.
Já existem exemplos de mulheres que romperam barreiras de um ambiente claramente masculinizado e conquistaram seu espaço. Elas não só superaram obstáculos, mas também promoveram para que esse jogo não fosse apenas sobre valores éticos ou "boas intenções", mas necessidades estratégicas de crescimento e inovação. Esse potencial de transformar o setor, foi essencial para essa transformação: mas será que as empresas estão realmente preparadas para abrir espaço para isso? Ou continuarão resistindo ao inevitável?
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O maior obstáculo que persiste não está apenas nas portas fechadas ou na falta de treinamento, mas em um preconceito estrutural que permeia o setor de forma silenciosa, mas potente. Em muitas empresas, a cultura de exclusão ainda é a regra, e romper com isso exige mais do que apenas competência técnica. Exige coragem. Exige uma resiliência que poucas estão dispostas a desafiar, mas que, ao mesmo tempo, se tornam as verdadeiras líderes dessa revolução silenciosa.
Apesar de um cenário ainda marcado pela resistência, as mulheres estão, aos poucos, quebrando paradigmas. Elas têm se destacado não só nas funções operacionais, mas também em áreas técnicas, administrativas e, gradualmente, em cargos de liderança. Esse protagonismo está crescendo, não por acaso, mas por um esforço contínuo e por uma coragem incansável em desafiar a cultura de um setor tradicionalmente masculino.
No entanto, não podemos fechar os olhos para a realidade: as autoridades portuárias ainda apresentam uma participação feminina de apenas 22%, o que, embora acima da média do setor, continua bem abaixo do que seria justo e desejável. E, quando se trata de cargos de alta liderança, a diferença é gritante: apenas 5,9% das mulheres ocupam posições de decisão. É inaceitável que, após tantos anos, as mulheres continuem sendo uma minoria nos centros de poder de um setor vital para o país.
Agora é a hora de olhar para o espelho e encarar a verdade sem subterfúgios. O setor portuário, assim como muitos outros, só será verdadeiramente competitivo e inovador quando se libertar das amarras históricas que o prendem a uma visão ultrapassada e excludente.
O futuro do setor portuário está em jogo, e a única forma de garantir que ele evolua é apostar, de forma real e irreversível, na inclusão e no protagonismo feminino.
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