Quem vê Maria de Fátima Souza e Luna, de quatro dias de vida, não imagina os momentos difíceis que mãe e filha passaram antes da recém-nascida vir ao mundo. Maria de Fátima estava com 35 semanas de gestação e internada no Hospital Materno Infantil (HMI) com quadro de pneumonia, que chegou a comprometer 30% de seus pulmões. Com a piora do quadro causando falta de ar na paciente, o HMI solicitou suporte ao Hospital Municipal de Marabá (HMM).
No dia 19, Maria de Fátima foi transferida para o HMM. Inicialmente, foi para a Unidade de Cuidados Especiais (UCE) e, no dia seguinte, para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
“Quando eu cheguei, o sentimento que tive foi de acolhimento. Eu fui muito bem acolhida. Quando eles me informaram que eu teria que ir pra UTI, fui mais acolhida ainda. Todos me abraçaram, me acolheram e me incentivaram”, afirma Maria de Fátima.
Ainda no dia 20, o diretor técnico do HMI, médico Fábio Farias, fez avaliação das duas, atestando que a bebê preservava a saúde, enquanto o quadro de Maria de Fátima não melhorava. Na sexta-feira, 21, ela teve piora da insuficiência respiratória e precisou ser entubada, sendo realizada a cesárea. Uma equipe do HMI foi deslocada para o HMM.
“Prontamente, uma equipe do HMI se mobilizou. Em menos de dez minutos, nós já tínhamos disponíveis pediatra neonatologista, para dar suporte ao recém-nascido, porque a paciente não poderia ser transportada, então toda a equipe foi para o HMM, enfermeiro pediátrico, incubadora e todo o material para dar suporte para o recém-nascido. O nenê foi entubado, para dar um suporte respiratório melhor, e na incubadora, foi transferido para o HMI, enquanto a paciente Maria de Fátima permaneceu sob os cuidados da UTI do HMM”, explica o diretor técnico do HMI, Fábio Farias.
As duas pacientes evoluíram bem. Com o parto, o organismo de Maria de Fátima passou a trabalhar em prol de sua própria saúde, conseguindo melhorar o quadro e ser extubada. Luna foi extubada no mesmo dia, passando a ter suporte ventilatório cada vez menor. Após Maria de Fátima recobrar a consciência, a equipe do HMM providenciou uma videochamada para que pudesse ver a filha, que estava no HMI.
“Quando eu vi a minha filha sorrindo, quando eu pude ver ela tomando mamadeira, saber que ela está só crescendo, só ficando mais gorda, mais linda, é muito gratificante. Saber que um parto de alto risco foi realizado aqui por profissionais que se desdobraram em trinta praticamente para poder fazer com que desse certo”, ressalta.
Durante a estadia na UTI do HMM, Maria de Fátima recebeu suporte de fisioterapia respiratória e motora.
O encontro entre as duas ocorreu na noite de segunda-feira, 24, com a transferência de Maria de Fátima para o HMI. Refletindo sobre o encontro com a filha, ela celebra a vida de Luna e a oportunidade de estar bem para cuidar dela e da outra filha, Isabela, de 9 anos.
“Foi uma sensação de dever cumprido, de ter me doado bastante, o suficiente, para poder salvar a vida dela, para poder estar bem para ela, para a minha outra filha. Quando eu peguei ela no colo foi um misto de sensações tão grande, uma emoção tão tremenda porque eu não achei que seria possível. Não achei que eu iria conseguir estar com ela no colo, mas graças a Deus, com a ajuda do pessoal do HMI e do HMM. Todo mundo me ajudando, me dando suporte. Eu pude ter esse privilégio de segurar minha filha no colo e estar com ela, sentir o cheirinho dela”, afirma.
Cooperação entre os hospitais
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A junção das expertises do HMM e do HMI foi essencial para que a cesárea fosse um sucesso e as vidas de ambas fossem preservadas. Segundo Fábio Farias, houve o aproveitamento do que havia de melhor nos dois hospitais para resguardar o bem-estar de mãe e filha.
“No HMM, o suporte para tratamento clínico dessa pneumonia mais grave na gestante, e no HMI o deslocamento para o HMM através do recurso humano, pediatra, toda equipe de assistência ao recém-nascido com incubadora e obstetrícia para o HMM. Se não houvesse essa cooperação, muito possivelmente a gente não teria tido um resultado tão exitoso como tivemos. Foi uma cooperação muito importante para o sucesso de tudo entre os dois hospitais e também das pessoas que trabalham neles”, destaca.
A enfermeira Ildenira Miranda trabalha há seis anos no HMM e atuou durante o parto de Maria de Fátima. Ela reforça a importância da sinergia também entre os setores do próprio hospital para garantir que tudo ocorresse bem e a parceria com o HMI.
“Graças a Deus, o apoio, a logística de toda a equipe, desde a direção, de coordenações, de equipe como um todo, os técnicos de enfermagem, os médicos, foi bem sucedido. O materno também, um parceiro que veio para cá e graças a Deus tudo aconteceu do que a gente mais esperava: um parto tranquilo, com toda assistência prestada e com êxito, que é o mais importante”, comenta.
Maria de Fátima Souza deixa uma mensagem sobre o atendimento e todo o processo de acompanhamento dela e de sua filha.
“Ver a minha filha, estar com o meu esposo e minha família é gratificante demais. As pessoas que trabalham aqui na UTI precisam desse reconhecimento. A versão lá de fora é que é um hospital que não serve, que não tem uma estrutura boa e não é. Não é assim que funciona. Quando cheguei aqui, fui acolhida, recepcionada, amada, eu pude fazer amigos, eu pude conhecer a história de outras pessoas também. Foi muito gratificante estar viva, estar bem, a minha filha está bem”, celebra.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes e Luis Fernando
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