O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, disse na quinta-feira (20) que instruiu o ministro das Relações Exteriores do país a não discutir com o chefe do Comando Sul dos EUA, em visita ao país, as alegações do governo estadunidense sobre a interferência chinesa nas operações do Canal do Panamá.
Na véspera, a embaixada dos EUA no Panamá divulgara que um dos itens da agenda da visita do almirante Alvin Holsey seria discutir "esforços para proteger a área do canal da influência e controle do Partido Comunista Chinês".
A embaixada chinesa no Panamá rapidamente respondeu com uma declaração, dizendo que o país “nunca participou da administração nem da operação do Canal do Panamá”. Ela chamou as alegações do governo Trump de que a China controla o canal de “mentiras puras” e acusou o governo dos EUA de tentar sabotar as relações entre a China e o Panamá.
Mulino expressou exasperação com a persistência do problema desde antes de Trump assumir o cargo, ameaçando retomar o controle do Canal do Panamá. Ele havia minimizado a situação anteriormente com uma publicação na plataforma social X. “A agenda bilateral com os EUA é importante e relevante”, escreveu. “No entanto, para o Panamá, isso não significa analisar situações que não são verdadeiras. Não vamos falar sobre o que não é realidade, mas sim sobre aquelas questões que interessam a ambos os países.”
O almirante Alvin Holsey é a autoridade americana de mais alta patente a visitar o Panamá desde a visita do secretário de Estado Marco Rubio no início deste mês.
A suposta influência da China no canal estava no topo de sua agenda, junto com os esforços do Panamá para ajudar os EUA a controlar a imigração.
As preocupações dos EUA se concentram em um consórcio sediado em Hong Kong que administra instalações portuárias em cada extremidade do canal. O canal em si é administrado e operado pelo Panamá.