Uma decisão tomada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) fez com que o Porto de Santos, o maior e mais movimentado da América Latina, suspendesse o uso de tecnologias avançadas para a devida verificação do descarte da água de lastro pelos navios.
A ordem da agência foi dada em 4 de setembro e a situação já dura mais de um mês. Com o argumento de que o porto não poderia criar a norma que tornou a fiscalização mais dura, a Antaq determinou a suspensão dos procedimentos.
Com a paralisação, o Porto de Santos agora enfrenta um cenário de incerteza e vulnerabilidade ambiental. A água de lastro é coletada pelos navios durante as viagens para ajudar no equilíbrio da embarcação.
Mas, quando ela é descartada, espécies coletadas em outros ecossistemas e patógenos perigosos podem ser despejados na nova localidade, ocasionando desequilíbrio na fauna e até mesmo a propagação de doenças que afetam seres humanos.
Um dos principais riscos enfrentados pelo porto é o da invasão de espécies como o mexilhão-dourado, que causou o entupimento, por exemplo, dos sistemas de canalização da Usina de Itaipu. Outra tragédia ocorrida por causa do descarte inadequado da água de lastro foi o surto de cólera em Paranaguá, no Paraná, no fim
dos anos 1990.