A recente aquisição da Wilson Sons pela Mediterranean Shipping Co. (MSC), um dos principais players no transporte marítimo global, marca uma transformação significativa no setor de navegação do Brasil. Através de sua subsidiária, Shipping Agencies Services (SAS), a MSC garantiu uma participação majoritária na operadora brasileira de logística, um movimento que irá remodelar o cenário da indústria.
De acordo com um comunicado da Ocean Wilsons Holdings, a empresa listada em Londres está vendendo sua participação de 56,47% na Wilson Sons por impressionantes R$ 4,352 bilhões (aproximadamente US$ 768 milhões). Essa decisão segue uma revisão estratégica iniciada pela Ocean Wilsons em junho do ano passado, que tinha como objetivo reavaliar seus serviços marítimos no Brasil.
Apesar de conversas anteriores com a I Squared Capital, com sede em Miami, sobre uma potencial venda, essas negociações foram interrompidas no início deste mês, abrindo caminho para a aquisição pela MSC. O acordo deverá ser finalizado no segundo semestre de 2025, dependendo de aprovações regulatórias. Nesse momento, a SAS também adquirirá as ações restantes da Wilson Sons sob os mesmos termos acordados.
A Ocean Wilsons projeta que a transação gerará uma receita líquida de pelo menos US$ 593 milhões, que será distribuída como dividendos especiais, com recursos adicionais reinvestidos em seu diversificado portfólio de negócios.
A especulação sobre a venda vinha circulando há mais de um ano, coincidindo com a estratégia mais ampla da MSC para aumentar sua presença no Brasil, após a compra da operadora regional Log-In Logistica no final de 2021.
A Wilson Sons é conhecida por operar terminais de contêineres chave no Brasil, incluindo o Tecon Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e o Tecon Salvador, na Bahia. Com ativos avaliados em cerca de US$ 1,126 bilhão em junho, a empresa também possui uma das maiores frotas de rebocadores da América Latina.
À medida que a MSC avança com essa ambiciosa aquisição, as implicações para a indústria marítima brasileira são profundas, anunciando um novo capítulo nas operações logísticas e portuárias em toda a região.
No entanto, o mercado brasileiro ainda enfrenta incertezas diante dessas mudanças, especialmente relacionadas a aquisições e alianças internacionais, que certamente trarão impactos significativos no setor.