Arco Norte esta se consolidando como corredor logístico para as exportações do agronegócio Brasileiro. Chineses visitam Mato Grosso para apresentar nova plataforma inaugurada na China, que vai facilitar negócios bilaterais entre os países.

O Arco Norte tem se consolidado como uma rota logística cada vez mais importante para o escoamento da produção agrícola brasileira, especialmente para o Mato Grosso, estado que lidera a produção de grãos no país. Com a crescente demanda internacional, especialmente da China, por produtos agrícolas brasileiros, a busca por rotas mais eficientes e econômicas se intensifica, e o Arco Norte surge como uma solução estratégica.

Vamos analisar o papel do Arco Norte no escoamento da safra brasileira, com destaque para Mato Grosso, e conhecer a iniciativa da Sinolac, que visa fortalecer a ligação bilateral entre Brasil e China, abrindo um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países.

As vantagens do Arco Norte

Para começarmos a entender esse novo corredor logístico, os portos do Arco Norte, localizados na região Norte e Nordeste do Brasil, acima do paralelo 16ºS, oferecem uma série de vantagens em relação aos portos do Arco Sul, tradicionalmente utilizados para exportação. Dentre eles:

• Proximidade com os centros de produção: A localização estratégica dos portos do Arco Norte reduz significativamente as distâncias percorridas pelos caminhões que transportam a produção agrícola do interior do país, como Mato Grosso, até os portos.
• Redução de custos: A menor distância percorrida implica em economia de combustível e outros custos de transporte, tornando a exportação pelo Arco Norte mais competitiva.
• Acesso facilitado ao mercado asiático: A localização privilegiada do Arco Norte proporciona uma rota mais curta e direta para os mercados asiáticos, especialmente a China, principal destino das exportações brasileiras de soja e milho.

O crescimento das movimentações

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Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) mostram que os portos do Arco Norte exportaram 40% de toda a soja e milho do Brasil entre janeiro e agosto de 2024. Esse número expressivo reflete o crescimento da região como importante corredor logístico para o agronegócio brasileiro.

Flávio Acatauassú, diretor-presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT), destaca o movimento ascendente do setor nos últimos dez anos. “Os portos do Arco Norte mostram resultados muito positivos nos últimos anos. Temos uma vocação natural na nossa região, com amplos rios navegáveis, e vemos que nossas exportações crescem a cada ano. Somos competitivos do ponto de vista da logística e temos expertise em oferecer soluções mais econômicas e viáveis para nossos clientes, além de aliarmos tudo isso à sustentabilidade e preocupação ambiental“, afirmou.

Mato Grosso: Protagonista no Arco Norte

Mato Grosso, maior produtor de soja e milho do Brasil, tem sido um dos principais beneficiados pela expansão do Arco Norte. Em 2024, mais de 60% das exportações de milho do estado foram realizadas pelos portos do Arco Norte, com destaque para os portos de Barcarena e Santarém, no Pará.

O investimento em infraestrutura logística no estado, como a construção da maior ponte de concreto de Mato Grosso sobre o Rio Juruena, com 1.360 metros de extensão, e o asfaltamento de rodovias, como a MT-208, tem contribuído para o escoamento da produção agrícola e a integração da região Noroeste do estado com a região Norte.

Desafios à serem superados

Apesar do seu grande potencial, o Arco Norte ainda enfrenta desafios que precisam ser superados para que a região se consolide como um corredor logístico ainda mais eficiente. Podemos destacar:

• Sazonalidade: O período de seca, que ocorre entre agosto e outubro, causa o rebaixamento do nível dos rios, dificultando a navegação e o escoamento da produção.
• Necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura: A expansão da capacidade de transporte do Arco Norte depende de investimentos constantes em infraestrutura, como a construção e modernização de portos, rodovias e ferrovias.