Receba nossas notícias no WhatsApp
Notícias Artigos do 5° Setor

A rota via Chancay e os possíveis impactos para o Porto de Santos

O Problema é chegar até lá

17/12/2024 19h15 Atualizada há 3 semanas
Por: Colunistas
Porto de Chancay, no Peru: maior da América Latina, quando estiver inteiramente concluído
Porto de Chancay, no Peru: maior da América Latina, quando estiver inteiramente concluído

O desenvolvimento do megaporto de Chancay, no Peru, tem o potencial de reconfigurar as rotas comerciais entre a América do Sul e a Ásia.

E isso inevitavelmente levanta a questão sobre os impactos que ele pode trazer ao Porto de Santos, o principal hub logístico do Brasil.

É sobre esse assunto que vamos falar hoje.

Boa leitura!

Como uma boa análise, acredito que os impactos para o Porto de Santos dependerão de dois fatores principais. 

Os custos logísticos e a eficiência operacional. O Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas e minérios para a China, o que faz do relacionamento comercial entre os dois países uma prioridade estratégica.

Continua após a publicidade
Anúncio

Contudo, não podemos deixar de enfatizar a distância geográfica e a estrutura logística ainda colocam Santos em posição vantajosa em relação ao Chancay.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

É preocupante  a competitividade logística, pois o porto peruano está claramente posicionado para atender as demandas das exportações da costa do Pacífico, mas é pouco provável que ele se torne a principal rota para escoamento de produtos brasileiros.

A maior parte das zonas produtivas do Brasil, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, está mais próxima dos portos do Atlântico, como Santos, que oferecem custos terrestres menores para o transporte interno.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Vamos levantar um simples exemplo: para levar grãos ou minérios brasileiros até o Chancay, seria necessário cruzar a Cordilheira dos Andes ou utilizar a Rodovia Interoceânica, uma via que já mostrou suas limitações em termos de volume transportado e custos elevados.

Desse modo isso já inviabiliza economicamente o uso massivo dessa rota para exportações brasileiras.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Porque não complementar ao invés de uma concorrência direta, pouco inteligente. Você não acha?

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

O Megaporto de Chancay deve funcionar como um polo estratégico para países andinos e, potencialmente, para regiões do Brasil mais próximas do Pacífico, como o Acre ou partes do Amazonas.

No entanto, essas áreas representam uma fração mínima do volume exportado pelo Brasil.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Vale lembrar que o Porto de Santos, possui infraestrutura consolidada e conexões globais já bem estabelecidas, incluindo acordos comerciais com a China que envolvem exportações volumosas de soja, minério de ferro e carne.

É evidente que a China vem implementando, ao longo de décadas, seu plano estratégico e explorando todo o seu potencial por meio da chamada Nova Rota da Seda.

É claro que um porto já consolidado, como o Porto de Santos, dificilmente será substituído por um porto recém-inaugurado, mesmo que altamente moderno. Ou será que será?

Apesar de todo o esforço que os portos brasileiros têm feito na corrida pela modernização.

Embora o impacto direto no fluxo de mercadorias de Santos para a Ásia seja limitado, a existência de um concorrente moderno como Chancay coloca pressão para que o porto brasileiro melhore sua eficiência.

Hoje, e sempre o Porto de Santos sofre com gargalos logísticos, incluindo saturação de terminais e limitações no acesso terrestre, como filas em rodovias e ferrovias.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Se Chancay conseguir cumprir a promessa de reduzir custos e tempo de transporte, isso pode criar um efeito indireto no Porto de Santos.

Operadores e exportadores poderão exigir melhorias na infraestrutura brasileira para que Santos mantenha sua competitividade global. E isso poderá um efeito dominó.

Acredito que todo desafio traz consigo uma oportunidade de integração, e é com essa perspectiva que deveríamos enxergar as possibilidades!

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Possibilidades, menos explorada, é que Chancay e Santos funcionem de forma complementar.

Produtos brasileiros poderiam ser enviados ao Peru para posterior distribuição via Pacífico, reduzindo o tempo de trânsito até a Ásia.

No entanto, para que essa integração ocorra, seriam necessárias obras significativas na malha rodoviária e ferroviária brasileira, além de acordos bilaterais que tornem a rota economicamente viável.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

O Porto de Santos continuará sendo o principal hub logístico do Brasil no futuro próximo, devido à sua localização estratégica e ao volume de exportações já estabelecido.

Contudo, o surgimento de Chancay deve ser um alerta para a necessidade de modernização. A concorrência indireta exigirá que o Porto de Santos amplie sua capacidade, reduza custos e melhore a eficiência operacional para manter sua posição de destaque no comércio com a China.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

Se ignorarmos essa nova realidade, é possível que, a médio e longo prazo, uma parcela do comércio regional seja redirecionada para novos hubs, deixando o Porto de Santos com menos relevância no cenário logístico global.

 

Continua após a publicidade
 

Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente

O conteúdo desse artigo é de responsabilidade do seu autor e não representa exatamente a opinião do JORNAL PORTUÁRIO.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Luiz C Oliveira
Sobre Luiz C Oliveira
Jornalista portuário com formação pela Universidade Estácio. Autor do Livro "Ship Plapnner - Planejamento Operacional", escritor de diversos artigos, com uma paixão particular pelo setor portuário.(MTB:87682/SP).
São Paulo, SP
Atualizado às 10h09
22°
Tempo nublado

Mín. 20° Máx. 26°

22° Sensação
3.6 km/h Vento
77% Umidade do ar
100% (1.48mm) Chance de chuva
Amanhã (09/01)

Mín. 18° Máx. 25°

Chuva
Amanhã (10/01)

Mín. 18° Máx. 23°

Chuvas esparsas