O setor portuário é realmente fascinante. Através dele, foi possível agregar experiência ao longo de nossas carreiras, e descobrir um propósito ainda maior e ainda mais fascinante: divulgá-lo com a maior abrangência possível.
Boa leitura!
Foi com esse objetivo que, há aproximadamente 15 anos, nasceu a revista eletrônica Jornal Portuário, que traz um pouco do DNA do porto santista.
Enquanto Santos celebrou 479 anos no último domingo (26), o Porto prepara-se para comemorar 133 anos no próximo dia 2 de fevereiro. Em sua história, em 1892, o navio Nasmyth atracava no primeiro trecho do chamado porto organizado, marcando o início de uma trajetória que transformaria o local em um dos maiores da América Latina.
Uma data que, à primeira vista, pode parecer apenas um número, mas que carrega consigo um enigma: como algo tão antigo permanece tão vital e indispensável?
Como algo tão antigo permanece tão vital, tão indispensável? A resposta, talvez, esteja nas mãos calejadas e nas histórias silenciosas dos portuários, aqueles que, ao longo de mais de um século, teceram a alma deste que é o maior porto da América Latina. E qual o santista que não têm um vinculo a essa história, não é mesmo?
O Porto de Santos não é apenas um ponto geográfico no mapa. Ele é um organismo vivo, um ser complexo que respira através dos navios que chegam e partem, dos contêineres que se movem como peças de um quebra-cabeça infinito, e dos trilhos que se estendem como veias por onde corre o sangue da economia.
Mas quem são os verdadeiros arquitetos dessa grandeza? Quem são os guardiões desse enigma?
Os trabalhadores portuários. Sim, eles! Mas não apenas aqueles que estão fisicamente nos navios, os operadores. Falamos de todos os trabalhadores que, direta ou indiretamente, fazem parte dessa cadeia logística colossal. Dos estivadores aos motoristas de caminhão, dos agentes de carga aos funcionários administrativos dos diversos terminais, dos técnicos em logística aos seguranças que vigiam os pátios.
Cada um deles é uma peça fundamental nesse quebra-cabeça, uma engrenagem invisível que mantém o Porto de Santos em movimento.
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É curioso pensar que, em um mundo cada vez mais automatizado, onde máquinas e algoritmos parecem dominar o cenário, o Porto de Santos ainda dependa tanto do esforço humano a espinha dorsal desse setor que vive 24 horas, 365 dias por ano. Claro, a tecnologia está presente, mas ela é apenas uma extensão da vontade e da habilidade dos portuários .
São eles que interpretam os dados, que tomam as decisões cruciais, que garantem que tudo funcione como um relógio suíço. E é essa combinação entre o humano e o tecnológico que torna o Porto de Santos tão único.
Mas há um mistério aqui. Como é que, após 133 anos, o Porto de Santos continua a crescer, a se reinventar, a se adaptar às mudanças do mundo? A resposta, mais uma vez, está nos portuários. Eles são a memória viva do porto, os guardiões de um conhecimento que não se encontra em manuais ou algoritmos. Eles sabem, por exemplo, como lidar com as intempéries do clima, como resolver problemas logísticos que parecem insolúveis, como manter a operação fluindo mesmo quando tudo parece desmoronar.
E é por isso que, ao celebrarmos os 133 anos do Porto de Santos, não podemos nos limitar a olhar para os números ou para a infraestrutura impressionante. Precisamos olhar para as pessoas. Para aqueles que, com seu suor e sua dedicação, transformaram um simples porto em um símbolo de resistência, de inovação e de força.
O Porto de Santos é, afinal, um enigma. Um enigma que só pode ser decifrado por aqueles que o constroem todos os dias. E, enquanto houver portuários, esse enigma continuará a nos fascinar, a nos inspirar e a nos lembrar que, por trás de toda grande obra, há sempre mãos humanas.
Feliz aniversário, Porto de Santos. E que os portuários continuem a ser os guardiões desse mistério por muitos e muitos anos.