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Destaques da Semana Fusões e Aquisições

Brasil se prepara para nova era de Fusões e Aquisições

Investidores estrangeiros aumentam interesse no setor portuário brasileiro

23/08/2024 15h14 Atualizada há 1 mês
Por: Redação
Banco de Imagem
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O setor portuário brasileiro, fortemente ligado ao agronegócio e à indústria, está passando por um momento de intenso dinamismo. Com uma série de fusões e aquisições (M&A) no horizonte, o mercado está atraindo uma crescente atenção de investidores internacionais.

As transações em negociação representam pelo menos R$ 7 bilhões, baseadas nas participações dos controladores em empresas abertas à venda.

 

O apetite por esses ativos se deve principalmente à importância estratégica dos portos para o agronegócio e o setor de petróleo e gás, além da movimentação de grandes operadores globais em busca de consolidação.

Atualmente, quatro ativos portuários estão no mercado: Wilson Sons, CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), Porto Sudeste e Santos Brasil. Segundo fontes anônimas, os grandes operadores globais estão intensificando suas estratégias de consolidação, com um foco especial na região Sudeste do Brasil.

A movimentação desses operadores, que controlam fluxos globais de produtos, é um indicativo do interesse crescente no setor.

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O primeiro negócio que deve ser concretizado é a venda do controle do Wilson Sons para o fundo de infraestrutura americano I Squared, segundo fontes. Embora a venda da participação da Ocean Wilsons na Wilson Sons seja um tema antigo, o processo ganhou impulso recentemente. A empresa tem um valor de mercado de R$ 7,3 bilhões, com a controladora detendo uma participação de 56,5%. O BTG Pactual está auxiliando os vendedores, enquanto o Bank of America representa a I Squared.

 

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Além disso, a CLI está em processo de venda. Seus controladores atuais, a australiana Macquarie Asset Management e a IG4 Capital, contrataram o Citi para auxiliar na transação. Apesar da fase preliminar do processo e da ausência de potenciais compradores definidos, a saída da IG4 é vista como um movimento esperado, dado que a gestora entrou no ativo no final de 2020. A CLI opera terminais de grãos no Porto de Itaqui (MA) e em Santos (SP), este último em parceria com a Rumo, que possui 20% de participação.

Fontes também indicam que o Mubadala Investment Company PJSC, também está procurando vender o Porto Sudeste, com UBS BB e Goldman Sachs assumindo o papel de consultores. A contínua atratividade do setor portuário brasileiro se deve à sua forte ligação com commodities, como grãos e petróleo, que continua em alta. O setor está atraindo investimentos significativos e sendo monitorado de perto por grandes fundos e tradings.

A exposição das receitas portuárias ao dólar tem ampliado o interesse dos investidores estrangeiros. A China, com destaque para a China Merchants Port, está entre os interessados. Outro ativo em potencial é a Santos Brasil, que opera terminais de contêineres e granéis líquidos. O Opportunity, principal controlador da empresa, pode estar negociando com grupos como Maersk e MSC, que já possuem operações no Porto de Santos.

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Além disso, o Porto de Itapoá, controlado pela Portinvest e com a Maersk como sócia minoritária, também está no radar, embora os atuais controladores tenham negado interesse em vender no momento.

Rafael Schwind, do escritório Justen Pereira, observa que o interesse estrangeiro no setor portuário brasileiro é uma tendência em crescimento, com investidores estrangeiros ainda pouco presentes, o que deixa espaço para uma maior participação. Casemiro Tercio, da 4 Infra, aponta que grupos do setor agroindustrial buscam verticalização para reduzir custos de transação, enquanto investidores financeiros focam em ativos maduros e grupos de navegação procuram proteger seus negócios por meio de investimentos em terminais.

A busca por expansão e a chegada de navios de grande porte devem continuar a impulsionar o investimento no setor portuário. 

Os envolvidos nas transações, incluindo Wilson Sons, I Squared, IG4, Macquarie, Mubadala, Opportunity, BRZ e China Merchants, preferiram não comentar sobre o assunto. 

 

Esta pauta contou com a colaboração do Valor Econômico, que forneceu informações e suporte valiosos.

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