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Ameaça de greve em portos dos EUA traz de volta o fantasma de desabastecimento

Associação que representa 45 mil estivadores nos portos da Costa Leste e da Costa do Golfo

30/09/2024 16h04
Por: Clipping Diário Fonte: Informoney
Porto de Long Beach, nos EUA (Foto: Mike Blake/Reuters)
Porto de Long Beach, nos EUA (Foto: Mike Blake/Reuters)

Os estivadores de vários dos principais portos dos Estados Unidos anunciam uma greve a partir da meia-noite, num movimento que coloca em riscos o abastecimento de diversos itens de largo consumo interno, o que pode trazer pressões inflacionárias à frente, dependendo do prazo que durar a paralisação. Seria a primeira greve com essa dimensão desde 1977.

A Associação Internacional de Estivadores (ILA, na sigla em inglês), sindicato que representa 45.000 estivadores nos portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, está em negociações com os empregadores desde junho para renovar o contrato que expira em 1º de outubro, mas as duas partes estão distantes de um acordo.

O líder da ILA, Harold Daggett, tem insistido que as empresa do setor estão vivendo anos de fortes lucro e disse não abrir mão de um reajuste salarial escalonado de 77% nos salários dos trabalhadores num prazo de 6 anos.

Os patrões, representados pela Aliança Marítima dos Estados Unidos, concordaram com um aumento de até 40% propostas que Daggett considerou “um insulto”.

A agência AP destaca que o possível desabastecimento de mercadorias varia de acordo com a especialização de cada porto. Baltimore e Brunswick, na Geórgia, por exemplo, são os dois principais portos de movimentação de automóveis, enquanto a Filadélfia tem um grande volume de frutas e vegetais.

Já o porto de Nova Orleans movimenta o café que vem, principalmente, da América do Sul e do Sudeste Asiático, além de produtos químicos do México e do Norte da Europa e produtos de madeira, como compensados, da Ásia e da América do Sul. Outro local a ser afetado é Port Wilmington, em Delaware, o principal porto de banana do país.

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E há uma série de outros produtos em risco, como cerejas, vinho e outras bebidas alcoólicas importadas. Entram na conta matérias-primas utilizadas pelos produtores de alimentos dos EUA, como cacau e açúcar.

Pressão sobre o governo

Por conta dessa ameaça de colapso, grupos comerciais que representam centenas de varejistas e fabricantes, que vão desde Walmart e Target até Caterpillar e General Motors, apelaram ao governo Joe Biden para intervir, alertando que uma paralisação poderia prejudicar os negócios e desencadear uma nova inflação durante a movimentada temporada de compras de fim de ano, informou o The Wall Street Journal.

Segundo o jornal, analistas de ações do JP Morgan estimam que uma greve portuária custaria à economia dos EUA entre US$ 3,8 bilhões e US$ 4,5 bilhões por dia, alguns dos quais seriam recuperados assim que as operações normais fossem retomadas.

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