O Governo federal está prestes a lançar o Plano Nacional de Ferrovias, um ambicioso projeto que prevê investimentos de R$ 100 bilhões para expandir a malha ferroviária brasileira em aproximadamente 4.700 km.
O objetivo é conceder esses novos trechos à iniciativa privada, visando modernizar e ampliar a infraestrutura de transporte no país.
Principais Projetos do Plano
Entre os projetos prioritários estão:
Ferrovia Norte-Sul (FNS): Extensão do trecho que liga Açailândia (MA) ao porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA).
Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol): Abrangendo cidades como Lucas do Rio Verde (MT), Água Boa (MT), Mara Rosa (GO), Barreiras (BA), Caetité (BA) e Ilhéus (BA).
Ampliação da Ferrovia Transnordestina: Conectando Eliseu Martins (PI) a Estreito (MA).
Anel Ferroviário do Sudeste: Ligando Vitória (ES) a Itaboraí (RJ).
Ferrogrão: Ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), com extensão de 933 km, facilitando o escoamento de cargas do agronegócio para os portos da região norte do país.
A implementação da Ferrogrão depende de análise do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à sua passagem pelo território amazônico.
Benefícios da Expansão Ferroviária
O modal ferroviário destaca-se por sua eficiência econômica, especialmente no transporte de cargas pesadas por longas distâncias, oferecendo custos até quatro vezes menores em comparação ao modal rodoviário.
Além disso, é energeticamente mais eficiente, utilizando menos combustível, o que o torna uma opção sustentável e atrativa para diversos setores da economia.
Financiamento e Parcerias
Desde a aprovação da Lei 14.273 de 2021, conhecida como a Lei das Ferrovias, a expansão ferroviária ganhou destaque no cenário nacional.
Atualmente, existem 45 contratos celebrados, sendo 13 de concessão e 32 de autorizações ferroviárias. Recentemente, o governo federal negociou a revisão de concessões com empresas como Vale, MRS e Rumo, resultando em uma injeção de aproximadamente R$ 21 bilhões nos cofres públicos.
Parte desses recursos será destinada à implementação do Plano Nacional de Ferrovias, com a União contribuindo com cerca de 20% dos investimentos para tornar os projetos economicamente viáveis e atrativos aos investidores.
A expectativa é que o anúncio oficial do plano ocorra em fevereiro, com a participação de aproximadamente 20 grupos interessados, incluindo operadores líderes no Brasil, como CCR, MRS e Rumo, além de players internacionais como a suíça MSC.
Contribua ao Jornal Portuário, para um jornalismo independente
Impacto Econômico e Social
Além de modernizar a infraestrutura de transporte, a implantação desses projetos deverá impulsionar a economia local e regional, gerando empregos e promovendo maior circulação de renda.
O governo federal também planeja, em 2025, avançar em outros modais de infraestrutura, como rodovias e portos, seguindo o ritmo das realizações dos últimos anos.
Em 2023 e 2024, foram efetuadas nove concessões rodoviárias e 18 leilões de terminais portuários, totalizando investimentos diretos de R$ 71 bilhões. Agora, é a vez de colocar o plano ferroviário nos trilhos.
O Plano Nacional de Ferrovias representa um marco significativo na estratégia de desenvolvimento logístico do Brasil, buscando equilibrar a matriz de transporte e atender às demandas de setores essenciais da economia, como o agronegócio, siderurgia e mineração.
Com investimentos robustos e parcerias público-privadas, o país avança rumo a uma infraestrutura de transporte mais eficiente, sustentável e integrada.