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Por que Wilson Sons e Santos Brasil foram vendidas?

Atuação de empresas europeias deveu-se à coincidência entre a maturação das teses de investimento e a depreciação do real

23/10/2024 14h50
Por: Clipping Diário
Imagem meramente ilustrativa
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O interesse europeu pela infraestrutura oceânica brasileira segue elevado. Na segunda-feira (21) a empresa de logística suíça MSC fechou um acordo para a compra do controle acionário da brasileira Wilson Sons (PORT3). A SAS Shipping Agencies Services, subsidiária da MSC, concordou em pagar R$4,35 bilhões por 248,664 milhões de ações da Wilson Sons, ou 56,47% do capital social.

O preço por ação ficou em R$ 17,50, 1,96% abaixo do fechamento na sexta-feira (18). A transação, que depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), deverá estar concluída no segundo semestre de 2025. A MSC deverá realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para fechar o capital da Wilson Sons. Mesmo assim, a empresa brasileira informou, em um fato relevante, que deverá seguir pagando dividendos aos acionistas minoritários.

Se a OPA for confirmada, será o segundo fechamento de capital do setor na B3. No dia 21 de setembro a empresa francesa de transporte marítimo CMA CGM fechou a aquisição de 47,6% do capital da Santos Brasil (STBP3) por R$ 6,3 bilhões. Assim como a MSC, a CMA deve lançar uma OPA para comprar as ações em circulação no mercado.

Pelo acordo, a CMA CGM deve comprar cerca de 215 milhões de ações e quase 40 milhões de Global Depositary Receipts da Santos Brasil por R$ 15,30 cada, com um prêmio de 20% sobre o fechamento do último pregão antes do fechamento do negócio. Os títulos pertencem à empresa brasileira de investimentos Opportunity.

Razões para a compra

Segundo especialistas, os movimentos quase simultâneos da CMA CGM ao comprar a Santos Brasil e da MSC ao adquirir a Wilson Sons devem-se à conjunção de dois fatores: a maturidade das teses de investimento e a depreciação do real em relação ao dólar e ao euro.

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A Wilson Sons vinha procurando comprador há tempos. A empresa é bastante tradicional no país, mesmo não sendo um nome muito conhecido fora de sua área de atuação. É uma companhia sólida e rentável, mas madura. Ou seja, com poucas oportunidades de crescimento exponencial. A chegada de um parceiro internacional poderá transformar esse cenário.

A mesma avaliação cabe para a Santos Brasil. Segundo os analistas da Levante Ideias de Investimento, a companhia vem informando volumes sólidos que devem sustentar bons resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024. Em setembro, a empresa divulgou um volume de 135,7 mil unidades movimentadas em suas operações de cais, representando um avanço expressivo de 32,9% em relação a agosto e de 25,5% no acumulado do ano.

No consolidado, a Santos Brasil movimentou 407,4 mil unidades no trimestres, crescimento de 22% na comparação anual. “Isso deverá contribuir para resultados sólidos no terceiro trimestre”, afirmaram os analistas da Levante em relatório.

Para os analistas do BTG Pactual, a entrada da CMA CGM no transporte de contêineres de Santos deve alterar a dinâmica de mercado na região, tendo em vista que Maersk e MSC eram considerados candidatos possíveis à compra da Santos Brasil, especialmente porque já operam na área.

 

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