O domínio do dólar como moeda de reserva global tem sido um pilar da economia mundial desde a 2º Guerra Mundial, no entanto, com o avanço das tecnologias financeiras e o aumento de tensões geopolíticas, vários países estão buscando alternativas digitais ao dólar, tanto para diversificar suas reservas como para reduzir sua dependência da economia norte-americana.
Esta "corrida por uma moeda digital" vem sendo liderada principalmente por grandes economias emergentes e desenvolvidas, que veem nos ativos digitais uma maneira de proteger sua soberania econômica e facilitar o comércio internacional. Alguns países já estão na vanguarda das moedas digitais, destacamos a baixo algum deles.
1. China - Yuan Digital (e-CNY)
A China foi um dos primeiros países a testar e implementar um protótipo de moeda digital, o yuan digital (ou e-CNY), emitido e controlado pelo Banco Popular da China (PBOC). A China visa fortalecer o yuan como uma moeda global e reduzir a dependência do dólar, promovendo o uso do e-CNY em transações internacionais, especialmente com parceiros comerciais asiáticos e africanos.
2. Rússia - Rublo Digital
A Rússia também avançou em seus planos para o rublo digital, motivada pela intenção de reduzir o impacto de sanções econômicas impostas por potências ocidentais. A implementação de uma moeda digital pode ajudar a Rússia a manter transações financeiras independentes do sistema SWIFT, atualmente dominado pelo dólar.
3. União Europeia - Euro Digital
O Banco Central Europeu (BCE) está desenvolvendo o euro digital, visando modernizar o sistema financeiro da zona do euro e proteger sua autonomia econômica em meio a uma crescente influência de moedas digitais privadas e estatais. O BCE planeja lançar a moeda para facilitar pagamentos transnacionais e manter o euro como uma das principais moedas de reserva.
4. Índia - Rupia Digital
A Índia lançou o projeto de sua moeda digital, a rupia digital, com o objetivo de garantir maior inclusão financeira e segurança nas transações digitais. Além de fortalecer o sistema financeiro doméstico, a Índia busca facilitar transações internacionais sem recorrer ao dólar.
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5. Brasil e Outros Países em Desenvolvimento
O Brasil, com o projeto do real digital, também está explorando uma moeda digital nacional para facilitar a inclusão financeira e o comércio com parceiros da América Latina e da Ásia. Esses países veem as moedas digitais como uma maneira de reduzir custos de transação e evitar oscilações cambiais causadas pela dependência do dólar.
A adoção de moedas digitais pode mudar a economia mundial, porém a implementação dessas moedas digitais representa uma possível transformação na estrutura financeira global. Primeiramente, elas podem reduzir o poder do dólar como moeda de reserva, o que diminuiria a dependência de muitos países em relação à economia dos EUA e ao sistema financeiro ocidental.
Essa descentralização poderá abrir portas para uma nova era de acordos comerciais bilaterais ou multilaterais sem o dólar, tornando as trocas mais rápidas e eficientes. Além disso, moedas digitais nacionais trazem maior controle para os bancos centrais, que podem monitorar transações e ajustar a política monetária com mais precisão.
Isso pode gerar maior estabilidade nas economias locais, enquanto desestimula o uso de criptomoedas privadas que representam desafios ao controle governamental.
Por fim, o desenvolvimento de moedas digitais pode aumentar a competição entre moedas globais. Países que oferecem moedas digitais atraentes para transações internacionais podem obter mais influência no comércio global, o que favorece economias como China e Rússia, que já buscam alternativas ao dólar.
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