Nos meandros urbanos do Porto de Santos, erguia-se majestosa a discussão sobre a construção de uma roda-gigante, com sua recente aprovação da construção tem gerado uma onda de descontentamento entre a população local e especialistas em planejamento urbano.
O projeto, que visa replicar atrações semelhantes em outros portos internacionais, é visto por muitos como mais um exemplo de investimento desnecessário e mal direcionado.
Com potencial, desenhado para atrair olhares turísticos e despertar a cobiça de visitantes e investidores.
Mas, como em todo conto de grandiosidade mal compreendida, surgem os questionamentos. Um elefante branco é algo grandioso, com aparência magnífica, mas que cria muitos problemas ou provoca grandes prejuízos devido ao trabalho, ou despesas que dá.
Já o bode-expiatório que escreve com “x”, é muitas vezes confundido com o “bode espião”. E a Roda-Gigante?
O elefante branco, de proporções impressionantes, carrega consigo a promessa de grandiosidade e deleite. No entanto, sua sombra se estende sobre problemas latentes que clamam por solução: infraestrutura obsoleta, congestionamentos crônicos e uma comunidade local à espera de melhorias concretas.
A repetição de modelos externos, é algo que se repete, e com a ideia de instalar uma roda-gigante no porto não é nada original. Cidades como Rio de Janeiro, Londres, Dubai e Singapura já possuem atrações similares que se tornaram ícones turísticos.
No entanto, a implementação dessa estrutura no Porto de Santos levanta questões sobre a necessidade real e a eficácia de tal empreendimento ou amadorismo na realidade local.
Investimento astronômico, são um dos principais pontos de crítica é o custo elevado do projeto. Em um momento onde há tantas outras prioridades, como a melhoria da infraestrutura portuária, segurança, educação e saúde, direcionar uma quantia significativa de recursos para a construção de uma roda-gigante soa, no mínimo, como um desperdício.
O montante que poderia ser investido em áreas essenciais é desviado para um projeto cuja utilidade e retorno financeiro são questionáveis.
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Mas o bode expiatório, não o espião curioso, mas aquele que penaria pelos excessos alheios, já se perfila na linha de fogo, ou melhor, na linha do trem. Será a população local a arcar com os custos, enquanto os frutos da empreitada se desvanecem em promessas não cumpridas?
O Porto de Santos enfrenta desafios ignorados que vão além do entretenimento turístico. A infraestrutura atual necessita de modernização, e problemas como congestionamento, poluição e falta de segurança são questões proeminentes que demandam atenção imediata. Investir em uma roda-gigante parece uma escolha desconexa da realidade e das necessidades urgentes da população e dos trabalhadores portuários.
Outro aspecto que merece atenção é o impacto ambiental e social da construção. Grandes obras como esta geralmente implicam em transformações significativas no ambiente urbano, podendo causar danos ao ecossistema local e ao patrimônio histórico. Além disso, o impacto social, como o possível aumento do custo de vida na região e a gentrificação, são consequências que devem ser consideradas.
A Voz da População e da comunidade, sobre a insatisfação popular é evidente. Moradores e trabalhadores do porto questionam a relevância do projeto e clamam por investimentos que realmente beneficiem a comunidade local. O sentimento é de que as prioridades estão invertidas, com foco em projetos de visibilidade imediata em detrimento de melhorias concretas e duradouras.
A construção de uma roda-gigante no Porto de Santos é vista por muitos como mais um "elefante branco", uma obra grandiosa, mas desnecessária. Em vez de seguir modismos de outras cidades, é crucial que as decisões de investimento sejam orientadas pelas reais necessidades da comunidade e pela melhoria da qualidade de vida local. Só assim será possível garantir um desenvolvimento urbano sustentável e benéfico para todos.
Embora espelhe ícones internacionais, não se esquiva das críticas: o investimento astronômico em um momento de tantas carências essenciais ecoa como um sinal de desconexão com a realidade local. E ressoa a pergunta: é este o caminho certo? Tecnicamente falando, os portos estrangeiros, visa, não apenas apresentar e ensinar sua dinâmica, mas também, a percepção sobre como o observado, poderia ser adaptado para nossa realidade!
O impacto ambiental e social da empreitada não pode ser ignorado. A transformação do cenário urbano pode trazer consigo o aumento dos custos de vida e a gentrificação, erguendo muros invisíveis entre os beneficiados e os esquecidos pela maré de mudanças.
O elefante branco, em sua imponência questionável, destoa das necessidades proeminentes que exigem respostas imediatas. Já o “bode expiatório”, aquele que sempre paga a conta, parece estar à espreita, pronto para entrar em cena.
No desfecho desta história, cabe a reflexão: quem será o verdadeiro bode expiatório desta vez? Será a comunidade local, que observa suas prioridades serem eclipsadas por miragens turísticas, ou os planejadores que apostaram em um futuro baseado em rodas que não giram na mesma direção que as necessidades urgentes da cidade?
Deixei a conclusão desse conto, por conta do “bode Expiatório ”, aquele que vem do verbo expiar (=penar), e não de espiar (=espionar, olhar, observar). O tal bode expiatório é aquele que paga pelas contas alheias, é quem pena pelos outros de origem bíblica. A pergunta que deixo é: Quem será o bode Expiatório dessa vez, será a população?
O conto da roda-gigante, do elefante branco e do bode expiatório ainda se desenrola nas margens do Porto de Santos. Enquanto o futuro se esclarece, resta à comunidade local esperar e observar se o espetáculo valerá o preço pago.
*Vale ressaltar parte dessa obra, foram executadas pela vencedora da licitação pública. Com investimento inicial da ordem de R$ 1.173.000,00, por meio do Fundo de Desenvolvimento Urbano do Município (Fundurb).
Sobre permissão de uso em referência a Roda-Gigante.
A permissão de uso é o ato administrativo pelo qual a Administração Pública Municipal autoriza terceiros a utilizar um bem imóvel público, em regra por prazo indeterminado, a título precário, com a finalidade de realizar atividades de utilidade coletiva que atendam aos interesses tanto públicos quanto particulares.
A Opinião expressa neste Artigo é exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a posição editorial ou ideológica do Jornal Portuário.
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