Os dirigentes do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) topam conversar sobre a operação direta de um terminal de cargas no Porto de Vitória. A possibilidade será apresentada aos empresários nos próximos dias, em uma reunião com a Vports, concessionária responsável pelo complexo portuário. O objetivo é encontrar uma solução, o quanto antes, para destravar o embarque e desembarque por Vitória.
"Vamos analisar todas as propostas que nos forem apresentadas, temos que encontrar uma solução. A operação direta de um terminal pode ser uma opção. Não é simples como parece, mas há, inclusive, a possibilidade de sinergia com o próprio setor de rochas. Vamos avaliar, estamos abertos", disse Fabrício Tristão, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória.
O dirigente, entretanto, faz questão de destacar que o caminho é tortuoso, para tanto, a entidade já tem em mãos uma lista de sugestões a dar. "Mais de 85% do café exportado não é colocado nos contêineres em Vitória ou Vila Velha, a operação é feita em vários municípios do interior.
Nossa proposta é criar unidades intermediárias em algumas cidades estratégicas do interior e ganhar eficiência na operação de preenchimento dos contêineres. Assim, o tempo gasto na zona primária do porto ficaria menor. Também é importante a possibilidade de um modelo breakbulk (carga solta, fora do contêiner) dentro do porto, é mais uma opção, entretanto, precisa estar combinada com o importador, precisa ter estrutura lá, afinal, hoje, vai tudo em contêiner. A medida é interessante, porém, pode ser inócua".
Outra preocupação grande do setor do café é a oferta de contêineres 'padrão alimentos', que atende a normas específicas de higiene. "Precisamos dessa disponibilidade. Imagine um contêiner sair do Espírito Santo com café a granel e chegar ao destino final com alguma contaminação ou entrada de umidade? Seria um prejuízo enorme para todos. Os clientes são exigentes, sabemos das dificuldades, mas não podemos abrir mão", assinala Tristão.
O presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória chamou atenção para os prejuízos causados pelos gargalos logísticos. "Embarque atrasados ou transferidos para outros estados trazem grandes prejuízos para o negócio exportador, por isso resolvemos fazer a carta. Temos que reduzir essas ocorrências com ações e planejamento".
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