Há quem diga que a transformação digital está cada vez mais próxima de acontecer no setor portuário brasileiro. Quem concordar com essa afirmação não está observando o Porto de Santos, o maior porto do Hemisfério Sul, com a devida atenção. Entre os importantes operadores existentes atualmente neste gigante brasileiro, há um terminal de contêineres que já opera em uma frequência bem específica: a da inovação.
A Brasil Terminal Portuário (BTP), maior terminal de contêineres da América do Sul, é protagonista neste quesito há dez anos, desde que entrou em operação na margem direita do Porto de Santos. O indicador mais recente da inovação da BTP está na conclusão do primeiro projeto de rede privada 5G do setor portuário na América Latina.
Para o Diretor de Operações da BTP, Ricardo Trotti, o pioneirismo na implantação da rede 5G é um importante marco para a companhia e contribui para a representatividade do Porto de Santos no cenário mundial. “O setor portuário é dinâmico e a tecnologia tem o potencial para torná-lo ainda mais eficiente, seguro e sustentável. A BTP investe de forma constante e estratégica em novas tecnologias que impulsionem a excelência de seus serviços e a segurança de seus colaboradores. Para nós, o futuro já chegou”, afirma o diretor.
Para se entender a relevância da implantação bem-sucedida desta rede 5G para todo o setor portuário é preciso compreender que contêineres são barreiras naturais para a propagação de sinais wi-fi. O terminal da BTP possui cerca de 430 mil m², o equivalente a três vezes a área do Estádio do Maracanã.
Desde a implantação do 5G, a BTP utiliza 100% de seus equipamentos de operação portuária, 24 horas por dia e sete dias por semana, conectados por essa rede invisível de tecnologia de ponta e livre de interferências.
Além da eficiência do 5G na cobertura de toda a área do terminal de contêineres, a BTP também registrou ganhos na capacidade da rede - que saltou de 30MB para 1GB - e na velocidade da troca de informações entre os seus equipamentos, que baixou de uma latência variável de 2.000 milissegundos para uma performance estável de 15 milissegundos.
Maturidade digital - A gerente de TI e Segurança da Informação da BTP, Fabiana Morgante de Alencar, explica que o 5G não é apenas uma nova geração de rede móvel, mas um importante elemento para a jornada de maturidade digital da companhia.
“A tecnologia não só atende à crescente demanda do porto, mas também fortalece a capacitação dos colaboradores, integrando-os de forma eficiente e segura ao ambiente digital. Essa abordagem holística garante que, enquanto avançamos tecnologicamente, o desenvolvimento humano e a segurança dos trabalhadores sejam igualmente priorizados”, detalha.
A longo prazo, a expectativa da companhia é que o 5G também traga mais segurança aos colaboradores que trabalham no terminal de contêineres e mais sustentabilidade ao reduzir o consumo de energia e manutenção das antenas, que passaram de 54 para oito aparelhos.
O projeto da rede privada 5G da BTP, desenvolvido em parceria com a TIM e Nokia, durou três anos da concepção à implementação e envolveu cerca de 20 profissionais do terminal de contêineres.
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Linha do tempo da primeira rede privada 5G do setor portuário na América Latina
Outubro/22: Realização de Prova de Conceito (PoC) e oficialização da parceria entre BTP, TIM e NOKIA para implementação definitiva.
Março/23: Equipamentos com tecnologia 5G, inéditos para o setor portuário brasileiro, chegam a BTP.
Julho/23: Processo de instalação é concluído e rede 5G entra, oficialmente, em operação na BTP.
Abril/24: BTP recebe a licença definitiva da Anatel, consolidando-se como o 1º terminal de contêineres com rede 5G privativa.
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