O anúncio do leilão do terminal STS10, agendado para o próximo ano, marca uma transformação significativa para o Porto de Santos.
Independentemente de questões políticas envolvidas, essa situação cria tanto um impasse quanto uma oportunidade para aqueles que enxergam o potencial do maior porto da América Latina.
Nos últimos anos, tem-se observado um desconforto crescente, refletindo um conflito de interesses e uma desconfiança em relação às decisões que precisam ser tomadas diante de tantas mudanças e promessas.
Com a promessa de movimentar até 3 milhões de TEU anualmente, o novo terminal, que será instalado no cais do Saboó, é visto como uma solução crítica para o aumento da capacidade portuária.
Assim como nas discussões atuais no governo federal, o projeto parece se resumir à construção de um "puxadinho" com parte de recursos públicos, muitas vezes sem um futuro bem definido.
Frequentemente me pergunto: antes de avançar com a construção, não deveríamos avaliar cuidadosamente as necessidades? Esse questionamento, que pode ser interpretado de várias maneiras, revela gargalos e prioridades operacionais que não podem ser ignorados.
Questões como a localização de uma Roda Gigante no centro de um gargalo logístico, o destino dos operadores portuários que lidam com a descarga de fertilizantes e a crescente demanda por janelas de atracação para cruzeiros estão no centro dessa discussão.
Além disso, o fervor de algumas categorias de trabalhadores é evidente, com muitos já prevendo uma queda no número de empregos a longo prazo.
Também persiste um problema crítico: o gargalo logístico no acesso ao cais em sua margem direita, que se estende entre a cidade de Santos e seu porto. E não podemos esquecer do famoso Túnel e seus impactos reais na logística... É preciso abordar esses desafios um de cada vez de forma mais inteligente. Mas será que o Porto de Santos está sendo tratado com a seriedade e a atenção que essas questões demandam?
Será um novo capítulo na capacidade para o Porto de Santos?
A aprovação do novo modelo pelo Ministério de Portos e Aeroportos e pela Casa Civil inclui a adição de um quarto berço de atracação, aumentando em 50% a capacidade de contêineres do complexo, passando de 6 milhões para 9 milhões de TEU. Contudo, essa expansão não vem sem desafios. É urgente um planejamento cuidadoso dos acessos terrestres, uma vez que o aumento na movimentação de cargas pode impactar o trânsito local.
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Porto de Santos se prepara para aumentar capacidade com STS10
Murillo Barbosa, presidente da Associação de Terminais Portuários Privados, destacou que a capacidade existente está se esgotando, e que as melhorias na infraestrutura são essenciais para evitar transtornos na cidade. Além disso, há um chamado para que o contrato de concessão inclua investimentos em infraestrutura de acesso, a fim de mitigar possíveis impactos no tráfego, já existentes há décadas.
Expectativas e cautelas caminham junto!
As associações do setor expressam otimismo, mas também cautela. Jesualdo Silva, presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários, ressalta que aguardará a conclusão da modelagem do projeto antes de se pronunciar mais detalhadamente sobre o impacto do STS10. Isso levanta questões sobre como as mudanças afetarão as operações já em curso e a logística regional.
Angelino Caputo, da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, alerta que a capacidade para atender à demanda se esgotará por volta de 2030, coincidindo com o tempo necessário para que o novo terminal entre em operação. As obras de infraestrutura e os acessos à Margem Direita do Porto devem ser feitas em conjunto, para evitar que os gargalos existentes se agravem.
A resposta da Prefeitura de Santos
Enquanto o setor privado aguarda ansiosamente as mudanças, a Prefeitura de Santos expressa preocupação. Em nota, a Administração destacou que não foi oficialmente informada sobre a proposta do STS10 e reivindica a garantia de espaço para a transferência do terminal de passageiros no Valongo. Essa questão é crucial, pois o planejamento deve ser alinhado com a revitalização do Centro Histórico e a preservação do cais público.
O potencial de crescimento é inegável, mas os desafios que surgem com essa expansão exigem atenção cuidadosa. É fundamental que todas as partes envolvidas — desde o setor privado até as autoridades municipais — colaborem para garantir que os benefícios sejam maximizados enquanto os impactos negativos são minimizados. A forma como essas mudanças estão sendo geridas pode definir o futuro do Porto de Santos e seu papel vital na logística brasileira. Muita atenção!
*O Porto de Santos, com aproximadamente 13,5 quilômetros de cais e 7,5 milhões de metros quadrados, em extensão e segue sendo o maior da América Latina em movimentação de cargas, seguido pelo Porto de Paranaguá.
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