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Gigante marítima MSC adquire Wilson Sons em transação bilionária

Os impactos da aquisição no cenário marítimo brasileiro

21/10/2024 08h40 Atualizada há 2 semanas
Por: Luiz C Oliveira | Redação @jornalportuario
Divulgação
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A MSC, renomada empresa de transporte marítimo e terminais de contêineres com sede em Genebra, concretizou a aquisição da Wilson Sons, encerrando um processo que atraiu a atenção de diversos investidores ao longo de dezoito meses.

A negociação, realizada pela subsidiária SAS da MSC, envolve o pagamento de R$ 17,50 por ação, referente aos 56% das ações da Wilson Sons que pertenciam à Ocean Wilson, uma companhia com capital aberto na Bolsa de Londres, que atua em múltiplos setores.

Com essa transação, avaliada em R$ 9,9 bilhões em enterprise value e R$ 7,8 bilhões em equity value, o múltiplo de 8,7x EBITDA fica intermediário entre os padrões do setor de terminais e rebocadoras, que giram em torno de 10x e 7,5x, respectivamente.

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Além disso, a MSC se comprometeu a pagar um dividendo trimestral de US$ 22 milhões até o fechamento do negócio, valor que não será deduzido do preço final. Por ser listada no Novo Mercado, a Wilson Sons terá que permitir uma oferta pública de aquisição (OPA) que se estenda a todos os acionistas, seguindo as mesmas condições.

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No fechamento da bolsa na última sexta-feira, as ações da Wilson Sons estavam cotadas a R$ 17,85, o que representa um pequeno desconto de 2% em relação ao valor da compra. O preço das ações já havia se elevado devido a especulações sobre a venda, especialmente após o fundo I Squared manifestar interesse em adquirir a empresa.

A aquisição da Wilson Sons permitirá à MSC expandir sua presença no Brasil, onde já detém 50% do terminal BTP, no porto de Santos, em colaboração com a Maersk, além de um terminal em Navegantes, Santa Catarina. A MSC opera 47 terminais em 27 países e conta com uma frota de 850 navios cargueiros e cinco aeronaves, além de ser proprietária de uma das maiores operações de cruzeiros do planeta.

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Após um primeiro olhar na Wilson Sons, quando a empresa foi colocada à venda no ano passado, a MSC inicialmente optou por se concentrar na aquisição da Santos Brasil. Contudo, após essa última ter sido vendida para a CMA CGM, a MSC reabriu negociações com a Wilson Sons, superando o interesse do fundo I Squared, que já estava em tratativas com a empresa.

O processo de negociação desta vez foi ágil: a MSC formalizou a compra apenas dez dias após o início das conversas, em uma transação de "porteira fechada" — um tipo de acordo raro no Brasil que implica que o comprador aceita o preço final independentemente de eventuais passivos futuros.

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A decisão da MSC de realizar essa compra se deve ao histórico sólido da Wilson Sons, que gera receitas líquidas de aproximadamente R$ 2,5 bilhões e um EBITDA de R$ 1,1 bilhão nos últimos doze meses, operando em quatro segmentos principais.

Dentre esses segmentos, a maior fatia de receita vem da operação de rebocadores, responsável por 44% do EBITDA, seguido pelos terminais de contêineres, que contribuem com 34%. A Wilson Sons também participa de serviços offshore, essenciais para a indústria de petróleo e gás, representando 15% do EBITDA, além de operar um estaleiro e uma agência marítima, entre outros negócios menores.

Além da Ocean Wilson, outros acionistas significativos da Wilson Sons incluem a Tarpon e a Radar, com 12,1% e 9,6% das ações, respectivamente.

A Wilson Sons contou com o suporte do BTG Pactual e assessoria jurídica de Pinheiro Guimarães Advogados e Slaughter and May, enquanto a MSC teve a assistência jurídica no Brasil do Mello Torres Advogados e de Skadden em Londres.

 

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